Depois
da parte I sobre como é realizado exame de comparação balística, achei
pertinente explicar como são feitos os canos de alma raiada, para que fiquem claras
as diferenças entre os processos de fabricação e todos os complicadores destes,
que é o que individualiza cada cano fabricado.
Primeiramente
para se fabricar um cano de arma de fogo de alma raiada é importante definir
qual o passo de raia será utilizado e o sentido do raiamento, que pode ser giro anti-horário sinestrogiro e giro horário dextrogiro; o passo de raia nada mais é
do que voltas x distância, esta “unidade
de medida” é expressa em polegadas por voltas, ou seja, quantas voltas o projétil
vai dar ao percorrer a distancia de uma polegada.
O
passo de raia define a precisão e o alcance do projétil, os engenheiros levam
em consideração informações como peso do projétil, sua energia, dímetro do
calibre real, para definir através de cálculos qual melhor passo de raia para determinado
calibre, a fim de estabelecer melhor equilíbrio entre alcance e precisão
O
passo de raia pode ser simples
ou misto:
O
passo de raia é simples
quando a distancia do passo é igual, por exemplo: o projétil sempre terá o
mesmo giro do começo ao fim do cano.
O
passo de raia é misto
quando a distancia entre do passo varia, por exemplo: o projétil pode
começar girando menos e terminar girando mais.
Existe
também o raiamento poligonal deste tratarei em
uma postagem oportuna.
Processos de Fabricação
Existem
três tipos de processos de fabricação de canos de arma de fogo, todos eles partem
do mesmo ponto, uma barra de ferro cilíndrica maciça que recebe um furo central
na medida do calibre real, ou menor dependendo do processo, após isso o furo é
calibrado com uma broca que tem formato de “V” para que fique na medida exata
do calibre rea,l a partir daí os processos de confecção do raiamento podem ser
por usinagem,
brochamento
por bilha ou martelamento a frio.
Usinagem.
O
raiamento é feito com uma ferramenta parecida com uma navalha, ela é
introduzida no cano ate a extremidade oposta, então a
maquina puxa ela pelo cano ao mesmo tempo em que gira a ferramenta no passo de raia
que será confeccionado; neste processo cada raia é confeccionada por vez, ou
seja, cada ida e volta da navalha faz uma raia, após a raia pronta a maquina
gira o cano para a posição da raia seguinte e assim sucessivamente; este processo
é um pouco demorado e pode ocorrer maior risco de imperfeições, sua vantagem é
ser um pouco mais barato que os demais, pois é simples.
Cada
ferramenta confeccionar o raiamento de 1.500 a 8.000 canos, por usinagem, isto é, mediante
a remoção do material (aço) que ocupava o espaço de cada raia, e cada ferramenta sofre, em média, dez afiações. Todas as armas fabricadas pela Forjas Taurus,
têm seu raiamento confeccionado por esse sistema.
Neste
vídeo é possível ver como o processo é simples este cidadão construiu uma
maquina e fez em casa, no canal dele é possível ver todo processo de construção
da maquina para fazer o raiamento pelo processo de usinagem.
Neste
vídeo é possível observar o processo industrial de confecção de raiamento por usinagem.
Link do ponto exato do vídeo que exemplifica o processo aqui
Brochamento
por bilha
Este
processo é parecido com a usinagem porem a ferramenta usada é a bilha que
seria algo como um pequeno cilindro “sextavado” onde o sextavado são as raias,
esta ferramenta é fixa, não gira, e é tracionada, as partes salientes da broca
(o “sextavado”) vão formar as raias, e o material que ocupava o espaço é
deslocado para o lado (encruamento), formando os cheios. A ferramenta passada
pelo cano fica fixa, não gira, enquanto a maquina gira o cano no sentido do
passo de raia a ser confeccionado.
Não
há neste processo retirada de material, as ferramentas (bilha) usadas para produzir as raias não sofrem afiação, pois uma
vez que apresentam desgaste, são inutilizadas e substituídas por novas. Com
cada bilha
é possível a confecção de até 8 mil canos; este processo garante melhor precisão
pois todas as raias são feitas de uma só vez e uniformemente, é usado para fazer
canos de armas de competição que exigem precisão por exemplo, é um processo
pouco mais rápido que o por usinagem.
As
raias feitas por este processo não tem cantos tão vivos quanto os feitos por
usinagem, por este motivo sofrem menos desgaste o que garante mais durabilidade
do cano, as armas da Amadeo Rossi eram fabricadas por este processo.
Este
vídeo exemplifica tal processo.
Martelamento
a Frio
Este
processo é o mais caro e complexo, pois exige maquinaria especifica e cara;
este processo consiste em introduzir no cano uma ferramenta que é um mandril ou
macho, de formato cônico, cuja superfície externa tem a forma contrária a do
raiamento desejado molde das raias (imagem
espelhada) após isso em uma maquina especifica para tal martelando o cano
em todas as direções 1.100 vezes por minuto, com uma pressão de forjamento de
10t, produzindo uma diminuição do seu diâmetro externo, com o conseqüente
alongamento e impressão interna do raiamento. O avanço e o giro da barra
cilíndrica são realizados pela maquina, resultando um perfil interno (raiamento) de alta precisão dimensional,
polido, livre de arranhões e sem a necessidade de operações posteriores de
acabamento.
A
IMBEL Produz seus canos por este processo desde 1974, a Glock também usa, tal
processo garante uma excelente equilíbrio de durabilidade e precisão.
Neste
vídeo é possível ver como se da tal processo.
Link do ponto exato do vídeo que exemplifica o processo aqui.
MAGNIFICA A POSTAGEM MUITO BOM MESMO
ResponderExcluirMuito bom!CBC fábrica os canos dos rifles cal.22 em que modo?
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